segunda-feira, 22 de outubro de 2018

José por Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Mulheres em Luta!

Estamos em luta!
Nossa dor ficou exposta, nossos medos foram revelados.
Fomos às ruas e gritamos #elenão. Nunca gritamos tão alto!
Ninguém jamais poderá dizer que não fizemos nada.

Tememos a violência, o fascismo e a repressão.
São medos reais, que conhecemos há muito tempo.
São dores reais, que sentimos em nossos corpos e almas.
Todos nós estamos à mercê do algoz, e o enfrentamos por nós e por ti.

Noutros tempos esse ódio não entraria em nossas casas,
No tempo que armas e violência eram discriminadas pelos nossos pais.
Na época que igrejas e mosteiros pregavam o amor e eram eles os perseguidos.
Mas agora a ganância e a mentira entraram nos templos, e somos nós que sofremos essa perseguição sem fim e com fim.

É desolador acordar e ver que esse sentimento não advém de um pesadelo,
É duro perceber que uma nação pretende higienizar seu espaço,
Com o critério de excluir quem luta pela igualdade e respeito à diversidade.
Se você não se enquadra então a você só resta a dor, O medo, a morte!

Eu acredito na força do feminino,
Eu acredito na força do coletivo,
Eu acredito nas preces das mães que amam e acolhem,
Eu acredito no amor!

Um abraço a tod@s e força para nós que entendemos que a dor do outro também é a nossa.
Por Priscila Messias.

domingo, 16 de setembro de 2018

O que quero para o futuro

Eu não quero muito!

Queria apenas levar uma vida simples e feliz. Queria poder proporcionar aos meus filhos uma vida digna com direito ao lazer, à cultura e uma educação de qualidade para que, assim, tenham condições de se tornarem cidadãos conscientes de seus direitos e deveres nessa sociedade, e, além disso, queria poder assegurar para mim e minha família segurança, respeito e paz.

Eu gostaria que houvesse uma forma de colocar todos que amo numa espécie de campo de proteção, mas tenho consciência de que poderemos viver alguma mazela nesse mundo, não estamos privados do sofrimento. Não posso proteger minha família e amigos, nem ao menos a mim mesma, das dores que as doenças, os preconceitos ou a intolerância podem causar.

Mas algo eu posso fazer: posso lutar por um mundo melhor pra mim e pra todo mundo. Posso levantar a minha voz, arregaçar as mangas e mostrar para as pessoas que, juntos, temos a força de transformar muitas histórias, e assim tornar o que hoje é sombrio em luz.

Tenho plena consciência de que não posso fazer isso sozinha, na verdade, espero encontrar outras pessoas que, assim como eu, acreditam no poder do coletivo e que lutam, de alguma forma pela justiça e igualdade de direitos para todos.

Se você é como eu, vamos nos unir, podemos nos dar as mãos e assim formar uma corrente forte para que pelo menos meus netos possam vivenciar uma sociedade mais justa e igualitária.


Um abraço a tod@s
Por Priscila Messias

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

A sua dor também é minha

Eu sei o quanto seu coração está sofrendo,
Como parece que você está num poço sem fim.
Sei como é se arrepender por ter acreditado,
Como é olhar para trás e se achar idiota e boba.

Essa dor que você sente parece que vai te matar,
É uma dor avassaladora, mas ela vai passar.
Chore o que for preciso chorar, sofra o que for preciso sofrer
Mas não desista nunca de você!

Não se importe com as palavras, muitas irão te machucar.
Pense com lucidez, olhe para frente e acredite em você.
Independente da decisão que tomar, seja ela qual for,
Que seja aquela que te deixará novamente feliz.

Amores vêm e vão. Histórias têm início, meio e fim.
Mas seus sonhos, desejos e anseios não podem esmorecer.
Quando der, levante-se, seque as lágrimas e siga,
Siga para frente, para o desconhecido, para o surpreendente novo.

Sua dor também já foi minha, essas lágrimas eu também já chorei.
Não se esconda em sua solidão, é hora de afeição.
Meus ouvidos estão prontos para te ouvir
e minhas mãos estarão estendidas para te ajudar, se precisar!

Viva a irmandade feminina, viva a sororidade
Um abraço carinhoso a tod@s e meu sincero desejo que tudo fique bem.
Por Priscila Messias

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Na simplicidade encontramos a felicidade!


Muitas vezes ficamos esperando que coisas grandes e extraordinárias aconteçam e esquecemos de perceber o que de fato importa: estar com alguém especial e apreciar um eclipse lunar, plantar uma flor e vê-la florir, receber o carinho de um animal de estimação. Coisas simples que muitos gostariam de vivenciar mas, que por algum motivo, não podem. As pequenas coisas precisam ser valorizadas.

Devemos encontrar e viver nossas paixões, pois são elas que nos impulsionam a querer viver a vida com plenitude. Precisamos sempre nos reinventar e nos conectar com nossa essência, pois é o que somos.

É preciso aprender a amar sem medidas, deixar de lado mágoas que nos afastam dos que deveriam estar próximos, e viver o dia de hoje como se fosse o último, porque pode não haver o amanhã para nós. O amanhã não nos é garantido, só temos a certeza do hoje, então não podemos permitir que nossos últimos momentos estejam envoltos a sentimentos ruins. Precisamos buscar nossa felicidade agora!

Aprendamos com as crianças: descalce seus pés da vaidade, brinque na chuva, aprecie as coisas simples e encontre sua felicidade.

Abraço a tod@s
Por Priscila Messias

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Não deixe o medo te paralisar!

O mundo pode duvidar de você! Menos você... (Beatriz Nascimento)

Fui convidada a falar para um grupo de mulheres que estão retornando ou entrando no mercado de trabalho já na vida madura. Mulheres que foram instruídas a dedicar seus corpos, mentes e sonhos em prol de outros, como se para elas essa fosse a única forma de realização pessoal, mas que hoje se sentem arrependidas de não terem construído uma carreira profissional ou uma vida financeira independente e estão buscando, mesmo que tardiamente, essas conquistas.

Ainda existem mulheres que acreditam piamente que esse é o papel do feminino: de subserviência e submissão, tendo que viver à sombra, sonhando os sonhos e se realizando com as conquistas dos outros. E, numa regra quase que geral, quando percebem que seu sacrifício e dedicação não foram reconhecidos, muitas se tornam frustradas e tristes, pois fizeram muito para os outros e pouco para si mesmas. Em contrapartida existem aquelas que usam essa dor como alavanca para dar uma guinada e recomeçar sua história, mulheres corajosas que não sabem a força que têm e necessitam de motivação para dar início às suas conquistas pessoais e profissionais.

Imaginem uma mulher que passou parte da vida adulta sem (muitas vezes) tomar decisões, sem criar expectativas para si mesma, ou dirigir sua própria vida tendo que enfrentar esse mundo competitivo e seletivo. Ao contrário do que muitos pensam e afirmam, não é fácil recomeçar uma vida sozinha, sem o apoio e, principalmente, sem uma segurança financeira.

Essa nova perspectiva gera muito medo, algo que faz parte da formação do ser humano, e que é, inclusive, muito importante para que fujamos dos perigos. Mas, ao mesmo tempo que o medo deve existir, ele pode ser extremamente negativo se deixarmos que tome todo o espaço de nossa vida, podemos ficar paralisados e impedidos de dar passos importantes e alcançar sonhos e metas. É normal nos sentirmos inseguros frente ao desconhecido, mas não estagnados. Mesmo que tomemos algumas decisões erradas ou que nossas tentativas sejam frustradas, não podemos deixar de insistir, é preciso acreditar e seguir!

Essa experiência me fez refletir sobre como a vida nos oportuniza sempre recomeçar, mas, antes, precisamos, vencer nossos medos para não ficarmos feito estátuas vendo nossas possibilidades passarem a nossa frente sem que possamos agarrá-las. Aquelas mulheres disseram que foi muito importante o que eu fui dizer a elas, que minhas palavras as encorajaram, mas mal sabem elas que a determinação e coragem que elas me passaram foram o que me fez ganhar o dia e perceber como é importante vencer os medos e correr atrás de minhas realizações.

Obrigada!
Por Priscila Messias

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Mulher: Fuja!

Sei que nunca imaginamos que o cara que amamos, aquele com o qual dividimos nossos sonhos, nossa vida, possa ser capaz de nos fazer mal. Somos condicionadas a buscar e acreditar na história do "príncipe encantado", aquele que nos protegerá dos perigos, e acaba que confundimos toda atitude, mesmo que abusiva, como forma de demonstração de cuidado e amor, e nesse engano muitas vezes o que a princípio parecia um sonho acaba se tornando um pesadelo.

Temos tido notícias, com mais frequência de que gostaríamos, de mulheres que foram vítimas de seus parceiros, que foram agredidas ou mortas por homens que um dia lhes fizeram juras de amor e compartilhou com elas sua história. Mulheres vítimas da violência do machismo.

Eu vivi um relacionamento abusivo, sei bem o que é ser subjugada, humilhada, ter seu direito de ir e vir tomado, perder oportunidades de crescimento pessoal, profissional e intelectual. Sei o que é procurar a ajuda de alguém e ouvir frases como: "casamento é isso", "homem é assim mesmo", "ore a Deus e espere que um dia essa prova vai passar", "se ele faz isso é porque você permite", "pense em seus filhos, como vão crescer sem um pai, uma família?", e me sentir envergonhada e culpada por estar naquele relacionamento. Sei também como é se sentir pequena demais para reagir a qualquer investida ou incapaz de sair dessa relação de poder sobre meu corpo, minhas escolhas e vontades. Mas, mediante a tudo isso, hoje posso dizer com propriedade que é possível sair desse aprisionamento, dessa relação que te degrada e te destrói.

Relacionamentos abusivos facilmente partem para violentos, e muitas irmãs por conta do envolvimento afetivo, por vergonha, por viver numa ilusão de melhora ou pela dependência financeira, acabam estendendo seu sofrimento e se colocando em riscos cada vez maiores. Nada é mais importante que sua integridade e sua vida. Procure conversar com pessoas sensatas, na maior parte das vezes nossos pais e amigos mais próximos nos alertam sobre o abuso, precisamos ouvir e nos proteger. No primeiro sinal de que está em um relacionamento abusivo (controle, proibições, ameaças, ciúmes, agressões verbais, etc): FUJA!

Mas, se você já está num relacionamento como esse trago algumas SUGESTÕES que podem vir te ajudar até que você consiga se livrar dessa opressão:

1. Se sofrer qualquer tipo de agressão (psicológica, emocional, patrimonial ou física) NÃO TENHA VERGONHA, procure alguém ou algum grupo de assistência e compartilhe seu sofrimento - DENUNCIE;

2. Em vista de uma agressão física, PROCURE SE AFASTAR de seu algoz, se recolha em um cômodo, se possível tranque a porta e não saia de lá até que tenha a certeza de que não corre mais riscos;

3. Em caso de violência verbal, NÃO TENTE GANHAR NO GRITO, aquiete seu orgulho nesse momento e não responda. Não queira debater, ele não está aberto ao diálogo;

4. Em situação de vulnerabilidade: CORRA! Se afaste do perigo;

5. Se, após o seu afastamento, o indivíduo propor um encontro para conversarem: NÃO VÁ! Nem a companhia de seus familiares pode garantir sua integridade física.

Saia desse relacionamento, pode parecer impossível, mas VOCÊ É CAPAZ de se reerguer emocional, psicológica e financeiramente. E lembre-se sempre: A CULPA NÃO É SUA! (NADA justifica uma atitude de dominação.)

Sei que mesmo com todo esse cuidado, ainda estamos sujeitas à qualquer tipo de violência, porque o machismo em nossa estrutura social é solidificado, mascarado e justificado. Precisamos nos unir, falar sobre isso, educar noss@s filh@s para que entendam que DOMINAÇÃO NÃO É SINÔNIMO DE AMOR!

Amigas, se protejam e fujam....por favor, fujam!

quinta-feira, 15 de março de 2018

Não nos calaremos!

Ela não defendia bandido,
Ela usava sua voz para defender os iguais
Negros, pobres, mulheres e homossexuais.
O negro não é bandido,
O pobre não é vagabundo,
A mulher não é vadia,
O homossexual não tem que morrer.

Ela não defendia bandido.
Buscava a justiça restaurativa,
aquela que trata o homem como homem,
aquela que não transforma homens em animais selvagens.

Ela falava do direito a vida.
Direito a escolher se quer gerar uma vida.
Direito de ter uma vida com dignidade.
Direito de voltar pra casa com vida.

Ela defendia o direito do pobre:
à educação, esporte, lazer e cultura
Ela falava de dignidade,
Ela falava de oportunidades.

Mataram uma mulher que lutava,
Lutava por mim e por você.
Tiraram-lhe a vida,
Mas sua voz ecoou e o mundo todo escutou.

Por Marielle, por Maria, Sandra e muitas outras
Que morreram porque incomodavam,
Que morreram porque falavam,
Que morreram em combate para que muitas outras pudessem viver.

Por Priscila Messias

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

50 tons - uma história roubada de nós

Eu e mais 70 milhões de mulheres no mundo todo devoramos os três livros da série 50 tons de E.L.James, confesso que quando fui ao cinema assistir o primeiro filme da trilogia me decepcionei bastante - como estou acostumada aos filmes brasileiros regados a peitos e pênis a mostra, e cenas de sexo que não me parecem nem um pouco cenográficas - “50 Tons de Cinza” não me impactou nem um pouco por demonstrar nitidamente a timidez e falta de sintonia entre os atores e isso me tirou a vontade de ver os filmes seguintes para não perder a magia de sensualidade dos livros.

Mas, por total curiosidade e bem após a estreia, assisti o segundo filme, “50 Tons mais Escuros”, e apesar de ter achado o casal um pouco menos desconcertados e as cenas apresentarem uma proposta mais quente notei que apenas Anastasia Steele aparecia nua e em destaque nas cenas mais sensuais, aí me perguntei se o filme, ao contrário do livro, não estaria sendo contado por olhos masculinos, e Bingo! O segundo e o terceiro filme não foram mais dirigidos ou tiveram roteiros escritos por mulheres e sim por homens, o diretor agora é James Foley e o roteirista é o marido da escritora, Niall Leonard.

Segundo sites sobre filmes, a diretora Sam Taylor-Johnson e a roteirista Kelly Marcel se indispuseram com a autora do best-seller e desistiram da sequência. Até entendo que esse tipo de treta aconteça na indústria do cinema, mas quem disse à Universal que homens seriam capazes de reproduzir uma história que foi contada por uma mulher? Não é possível que não existiram diretoras e roteiristas mulheres com competência para dar continuidade aos filmes. Não sei se estou dizendo asneiras ou se estou sendo insana, mas precisava compartilhar que não gostei e me senti violada quando percebi que a historia já não estava mais sendo narrada por Anastasia, mas por Christian.

O livro havia me envolvido de uma forma que nenhuma outra literatura havia feito, e quando vi o segundo filme me senti traída por terem roubado a áurea feminina da história e transformado toda a saga num conto erótico masculino que não necessita de enredo, só de peitos e bundas femininas à mostra. Já estou cansada de ver nossas histórias sendo contadas por homens que acham que sabem sobre nossos desejos e anseios. Fica registrada aqui minha indignação sobre o fato e que pensemos seriamente sobre o assunto.

Um abraço a tod@s,
Por Priscila Messias

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Sou negra sim!

Não sou branca nem preta,
me chamam de morena, mulata ou parda, enfim...
fazem de tudo para me tirar a negritude
e o sangue crioulo que corre em mim.

Alguns dizem que tenho sorte,
de minha pele mais clara ser.
Mas não é sorte ter tido uma ancestral violada
tentando seu povo embranquecer.

Ainda assim sou filha de Dandara, Tereza e Aqualtune
Que não se deixaram vencer
Lutaram, resistiram e deixaram o seu legado
e uma forte mulher me encorajam a ser.

Na verdade, acho que tenho sorte mesmo.
Sorte de ter o espírito da África em mim.
Sorte de ter os cabelos crespos, os lábios carnudos e um largo nariz.
Sorte de poder dizer que sou negra sim!

Por Priscila Messias para todas as mulatas, pardas, negras da cor roubada.


https://alagoas200.com.br/noticias/historia/2017/9/5592-princesas-negras-simbolos-de-coragem-e-resistencia-contra-a-escravidao-no-brasil

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Negra

És bela,
És linda,
És negra.

Seus olhos negros iluminam
como noites de lua cheia.
Seus lábios aquecem
Como fogueira em noites frias.

Seu colo acolhe
como a mãe mais amorosa.
Sua voz ecoa ao longe
como o mais raivoso trovão.

Tu és forte, mulher negra!
E és mais preciosa do que podes imaginar.
Teu corpo é sacro, solitário ou profano,
mas a você, só a você cabe escolher.

Sinta-se bela.
Sinta-se linda.
Por que és, mulher negra!

Por Priscila Messias



sábado, 27 de janeiro de 2018

Papodiminina no youtube

Querid@s leitores,

Depois de muito pleitear montei um canal no YouTube. Ainda estou aprendendo a usar os recursos disponíveis, editar vídeos e tudo mais e na maior insegurança de não dar certo.

Mas, como precisamos dividir nossos conhecimentos, trocar experiências e fazer novas amizades, resolvi tentar e conto com vocês na ajuda para divulgação e visualização dos vídeos.

Ainda continuarei postando textos semanalmente, vou tentar manter essa regularidade, e espero que continuem por aqui.

É muito bom dividir minhas experiências, anseios, medos e esperanças com vocês.

Um grande abraço a tod@s.
Por Priscila Messias.

https://www.youtube.com/channel/UCg3D2x3wBMEMSm5GpuDxFfg

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Estamos em construção

Um dos pontos mais importantes do feminismo é viver uma mudança nas estruturas da sociedade, queremos um mundo em que tenhamos direitos e deveres igualmente repartidos e que possamos agir como bem quisermos. Então para tal, é necessário que os homens entendam e defendam o mesmo ponto de vista.

Estou no meu segundo casamento e meu marido é desses homens desconstruídos que temos visto por aí, temos um filho juntos e já entrei nesse relacionamento com dois filhos do meu primeiro casamento, ou seja, temos 3 crianças dentro de casa, além de uma cadela e uma gata. Eu trabalho dois turnos diariamente, estou sempre estudando, além de ter que cumprir as responsabilidade com os filhos e a casa, e tentar ter uma vida social.

Pois bem, não dou conta de tudo, sem meu marido ao meu lado, dividindo as tarefas diárias teria que abrir mão dos meus estudos e vida social, pois é impossível dar conta de tanta coisa ao mesmo tempo. Dentro dos padrões sociais a que estamos acostumados, eu sou uma mulher que não dá a atenção devida aos filhos e ao marido, já me culpei por isso, agora não mais, aprendi que eu preciso fazer por mim também, que posso me dar ao luxo de me cuidar ou sentar na frente da TV para ver um filme.

Nos dias da entrega dos meus trabalhos acadêmicos, não tenho tempo para cuidar dos meninos, limpar a casa e fazer a refeição, quem faz isso tudo é meu parceiro, ele dá atenção para o pequeno, se dispõe a intervir nas "tretas" dos maiores e ainda providencia a comida, enquanto estou queimando meus miolos para entregar minhas tarefas dentro do prazo. De igual modo, quando meu amado quer realizar seus "pedais" durante seus intervalos de uma atividade ou outra, quer tomar uma cerveja com os amigos ou precisa tirar um cochilo antes de enfrentar outra jornada de trabalho, tenho que respeitar suas necessidades.

Existe algo errado nessa relação? Acredito que não! Estamos constantemente nos ajustando e procurando atender a necessidade do outro, e para isso é preciso "desconstruir" muitos conceitos e construir outros padrões e valores. Minha vida é bem mais leve ao lado dele, mesmo tendo filhos, trabalho, estudos e tudo mais. Sou a sua parceira e não sua sub ou sua auxiliadora como muitos insistem em rotular suas esposas, ele entende que essa relação não deve ser desigual e que pra dar certo é preciso divisão de tarefas e busca pelas realizações pessoais e familiares.

Por isso que amo esse homem e quero viver muitos anos ao lado dele construindo uma relação forte e de igualdade.

Um abraço a tod@s
Por Priscila Messias

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Mais sororidade, por favor!

Sororidade: é a união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum.

As mulheres travam lutas para sua sobrevivência desde sempre.
Lutaram para ter direito à cidadania, direito sobre seus filhos, direito ao voto, direito a ter fonte de renda, direito a decidir sobre o seu próprio corpo, direito a ter suas próprias escolhas, e lutam diariamente para que esses direitos não lhes sejam roubados.

Mulheres eram propriedade de seus pais e maridos e serviam como moeda de troca e possibilidade de manutenção de status através de acordos nupciais. Aquelas histórias lindas de amor dos tempos medievais e mais modernos do Século XVIII provavelmente eram impossíveis e não passam de contos que escondem verdadeiros shows de horrores para milhares de mulheres daquela época. Vez ou outra, mulheres fortes e corajosas, cansadas de padecer nas mãos de homens que não as respeitavam como seres humanos, se empenhavam em lutas com poucos resultados e mudanças em suas sociedades.

Mas, o final do século XIX foi um momento crucial para nós - as mulheres se viram obrigadas a entrar no mercado de trabalho e se tornaram necessárias para a manutenção da economia em diversos países - foi quando a luta de fato começou. Mulheres que trabalhavam até 18 horas por dia, em condições insalubres e tinham salários bem abaixo do que os dos homens. Depois de um dia exaustivo, vivenciando abusos e injustiças ainda sofriam os abusos em seus lares.

Elas se deram conta que, se eram fortes para lidar com tudo aquilo, também eram fortes para lutar, mesmo que isso lhes custassem a vida. Nesse período existiram mulheres que, por sua posição social ou cultural não precisariam morrer por uma causa humanitária, mas assim o fizeram, pois não pensavam apenas em si mesmas, mas em todas as outras, até aquelas que as julgavam e as apedrejavam. Guerreiras que entendiam o que significava essa tal sororidade.

Com o crescimento do movimento feminista e sufragista, e a partir das vitórias e mudanças geradas nas sociedades ocidentais a alta sociedade patriarcal não se deixou vencer e vem travando uma eterna luta contra nós. São constantes os ataques quando percebem que as mulheres vão dominando espaços antes exclusivos de homens cis, brancos e ricos. A religião, a economia e os governos buscam dogmas, mitos e leis que prejudicam nossas lutas e nos dispersar, e assim a sociedade vai vendo com normalidade situações que nós, que militamos pelas causas femininas entendemos como desrespeito e degradação da mulher.

Aproveitam do medo e da falta de conhecimento para criar discórdia social entre as próprias mulheres, e assim desacreditar nossa luta nos colocando como loucas, histéricas, desajustadas e outros sinônimos mais que tentam descredibilizar nossas reivindicações. Quando falamos em sororidade, falamos em força, unidade e cumplicidade, pois nem todas nós sofremos com as desventuras do machismo presente em nossas sociedades. Eu não sou vítima de violência doméstica, mas existe uma irmã que é. Eu não vivo em extrema pobreza, mas existem irmãs que vivem. Eu nunca sofri violência sexual, mas milhares das minhas irmãs sofrem quase que diariamente. Sororidade quer dizer que preciso aprender a ter empatia pela causa de outras mulheres, porque eu luto não apenas para mim, mas para todas nós.

O feminismo não é uma luta em vão, assim como outras a favor das minorias e segregados, ela tem razão de ser e existir, então, procure se informar, ter sua própria opinião sobre os temas em questão e tenha sororidade pelas irmãs que não têm seus direitos respeitados, independente de sua perspectiva sobre os fatos.


Um abraço a tod@s
Por Priscila Messias

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A verdadeira beleza!

"Somos as coisas que moram dentro de nós. Por isso, há pessoas tão bonitas, não pela cara, mas pela exuberância de seu mundo interior." Rubem Alves

É conhecido que em toda nossa existência buscamos a beleza, investe-se valores suntuosos para corrigir características físicas que não se enquadram no padrão de beleza imposto pela mídia. Ora precisamos emagrecer, ora encorpar; temos que alisar os cabelos em alguns momentos, em outros permitir que eles apresentem sua estrutura natural; em dados momentos a beleza tem um padrão, de repente tudo muda e todos precisam se adequar.

A beleza física é algo que acaba, nosso corpo envelhece ou pode ficar doente e com isso todo investimento com cuidados com a pele ou cabelos se perdem em questão de dias, meses ou anos. É importante para nossa auto-estima que estejamos bem,concordo, mas o mais importante não é nossa beleza exterior, mas sim nossa impressão como seres humanos. Esse tipo de beleza, conhecida com beleza interior só adquirimos através da nossas experiências e escolhas.

Será que consigo encantar quem está ao meu redor? Será que faço mais bem do que mal àqueles que convivem comigo? Será que meus amigos e familiares se orgulharão de terem estado ao meu lado ou sentirão um alívio com minha partida?

Assim como cuidamos da nossa aparência, devemos cuidar do nosso interior. Assim como alimentamos nosso corpo para que fiquemos fortes e saudáveis, é importante que alimentemos nossas mentes, nosso espírito com coisas boas e convivamos com pessoas que, assim como nós, busquem essa constante saúde mental e espiritual. Não estou falando de religião, até porque não acredito nelas, mas de fraternidade, empatia e humanidade.

Mas, atenção!!!! O alimento errado deixa nosso interior feio e desprezível. Invés de luz e boas vibrações, seremos transmissores de dor e tristeza. Cuidado para não se transformar no monstros ao invés do médico!!!

Um grande abraço a tod@s e MAIS AMOR, POR FAVOR!
Por Priscila Messias

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

O mundo precisa de nós!

Estou um pouco cansada,
cansada de ter tanto conhecimento e pouco poder fazer.
Tenho acesso a informações, que noutros tempos nunca teria,
Sei de coisas que o ser humano é capaz de fazer que me causa extrema dor.

Gostaria que o meu saber pudesse salvar,
pudesse transformar e tornar a vida de muitos um pouco mais tolerável.
Gostaria de levar esperança e possibilidades
para muitos daqueles que lhes é negado o mínimo.

Não era a religião que deveria salvar os oprimidos?
Não seria então a política que promoveria uma vida mais digna?
Enquanto estas estiverem corrompidas pelo dinheiro e pelo poder,
seremos apenas massa de manobra para operações cada vez mais bizarras.

Não será a violência nem a opressão que salvará a humanidade,
não é a soberba e tão pouco a ganância que tornará o nosso mundo mais indolor.
Depende de nós, de alguma forma lutar contra tudo que nos torna menos humanos,
apenas o conhecimento pode nos tornar capazes de transformar.

Sozinha pouco posso fazer, mas com outros como eu, posso transformar gerações
Mas, onde estão vocês, que assim como eu
sofrem com o sofrimento do outro?
Precisamos nos unir e salvar essas vidas que gritam por socorro.

Precisamos parar de apenas sonhar e agir.

Abços a tod@s
Por Priscila Messias