segunda-feira, 22 de abril de 2013

Por que uma mulher chora?

Chora porque é emotiva, e se sensibiliza com o sorriso de sua criança, com um toque de carinho da pessoa que ama ou com um abraço amigo e sincero no momento de angústia. Porque gostaria que sua vida fosse como nos filmes: com romance, diversão e um certo toque de drama.

Chora por que o seu homem, na necessidade de satisfazer o seu ego, prefere vê-la chorar atrás de si a sorrir  ao seu lado. Por ter seu brilho apagado por conta de uma cultura machista que a classifica como subalterna, sem direito a ter uma vida, sonhos e realizações próprias, alegando que sua felicidade está fundamentada apenas nas realizações dele.

Chora por coisas que perdeu, não porque não cuidou delas, mas porque lhes foram roubadas. Por objetivos que não alcançou por ter dado prioridade a felicidade dos outros, e não ser valorizada por isso. Por ter seus planos paralisados porque tem que, sozinha, se responsabilizar pelo cuidado dos filhos ou porque a pessoa que ama dificulta ainda mais sua dura jornada diária.

Chora porque ao invés de ouvir palavras de incentivo e amor, é esbofeteada com o silêncio, o desprezo e o descrédito em suas potencialidades. Por ter que desistir de sonhar por não ter mais forças pra lutar. Por percebe que as pessoas à sua volta não se regozijam com suas alegrias e conquistas, por menor que sejam.

Chora porque tem que ouvir de toda uma sociedade o "pelo menos você tem..." como se, por ser mulher, tivesse que se contentar com qualquer migalha. Por ter que implorar por igualdade de direitos e o mínimo de condições para manutenção de sua vida e da de sua família.

Chora porque é tão forte, e suporta tanta dor, que a única coisa que lhe resta é chorar...

Abço a tod@s
Por Priscila Messias



domingo, 21 de abril de 2013

Um dia você acorda!!!


"Um dia você acorda e sente que tudo está diferente: o cheiro da vida mudou, as cores não são mais as mesmas e a terra não te comporta mais porque o que você quer é voar.

Um dia você acorda e se dá conta do que não fez e de onde não chegou, que está com saudades da sua música, dos seus livros, dos seus segredos e do seu ócio. Percebe, decepcionado, que quis crer em tantos ensinamentos e doutrinas, que tantas vezes se esforçou para agradar a gregos e troianos que já nem sabe mais qual era o seu querer, quais eram os seus sabores preferidos e a direção que escolheu caminhar.

Um dia você acorda e lembra que riu, comeu e sentou-se à mesa com pessoas que nunca tiveram importância, que ofereceu seu melhor sorriso somente em troca de aceitação, que usou de coisas e gentes para seu próprio gozo, sem pensar nas marcas que deixaria. Lembra que presenteou pessoas erradas, que deixou de abraçar por puro preconceito, que não tentou mais uma vez por orgulho, e que não protestou diante de absurdos, recolhendo-se à boa educação de sempre.


Um dia você acorda cansado de dizer que está cansado de viver, e decide que vai correr o risco de recapitular suas teologias e filosofias e lutar pelos velhos sonhos, estes que pedem espaço como uma revoada de pássaros a fazer um barulho incrível no seu peito, batendo asas e soltando penas por todos os lados.

Um dia você acorda e olha para o teto, e sorri simpatizando-se com a aranha tecendo teimosa suas teias que, sem se render as estocadas diárias da vassoura, recomeça seu trabalho toda noite, aí você se dá conta que existe a coragem de recomeçar.

Um dia... Um dia você acorda!"

(Autor: Um amante da Filosofia e da Vida)
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Abço a tod@s
Priscila Messias

sábado, 20 de abril de 2013

Não precisa ser fruta pra ser fútil!

Hoje estava num pronto socorro local, e me deparei com uma cena que me fez questionar: "por que essas mulheres continuam tão fúteis e superficiais?", e acreditem, não estou me referindo às meninas padronizadas de cabelos longos lisos e microsaias, mas sim à jovens senhoras distintas: mulheres casadas de índole inquestionável.

Como estava sozinha aguardando no hall do hospital, minha atenção na conversa alheia foi automática, e então pude participar indiretamente de uma conversa sobre culinária, depois sobre o clima e ao final ouvi deboches sobre alguma outra pessoa que não estava naquele local. Claro, que todos nós mortais temos momentos de falar da vida alheia, mas, analisando me fiz outra pergunta: "por que perdemos tanto tempo de nossas vidas preocupados com o outro?" E vale destacar que essa preocupação não está voltada para o bem-estar ou a saúde alheia, mas no sentido de nos colocar como juízes com o direito de deliberar suas sentenças de morte.

E o que mais me intrigou era que as duas mulheres eram bonitas e jovens, apresentavam uma condição social e intelectual favoráveis de acesso ao conhecimento, mas o que elas de fato exibiam eram suas alianças na mão esquerda como um troféu, como se isso fosse um passaporte para a vida perfeita e feliz. Por que ainda as pessoas continuam a se iludir com o Status se estamos na era do conhecimento? Isso me deixa de fato angustiada, porque busco romper com isso tudo e ir em direção ao crescimento intelectual e cultural, e nesse aspecto sinto-me como um peixe nadando contra a maré, que precisa fazer muita força pra seguir alguns centímetros se conseguir romper contra a força da água.

Lembrei-me da época de escola: havia na minha classe uma jovem extremamente inteligente e dedicada aos estudos, sempre alcançava as melhores notas e premiações, tínhamos inveja da garota, confesso, mas depois da formatura de ensino médio não tive mais notícias dela. Alguns anos mais tarde a vi, levando seus filhos pra escola e quando nos falamos ela me contou a respeito das conquistas do marido, de como os filhos eram inteligentes e só... nada a seu respeito. Aquela jovem brilhante e dedicada não existia mais, pelo menos naquele momento.

Então por que continuar a luta pelos direitos de igualdade, se essas mulheres apenas precisam saber cozinhar, cuidar da casa e família e ser fiéis a seus esposos? Por que, ainda, em pleno século XXI, era da informação e tecnologia continuamos fúteis e vazias como há séculos atrás? Por que nos deixamos ser subestimadas a todo momento por nossos maridos, pais e amigos?

Mulheres, vocês são tão (ou até mais) capazes que qualquer homem para encarar a vida, temos todas as características necessárias para sobreviver nesse mundo cão no qual estamos, então, vamos mudar esse quadro e buscar conhecimentos para podermos elevar o nível intelectual de nossa sociedade.

Queria muito acreditar que isso é possível!

Abço a tod@s
Por Priscila Messias

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Estamos retrocedendo????

"Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter filhos. Eu vejo de uma maneira sutil atingir a família; quando você estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade onde só tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos¹" (Marco Feliciano em jun-2012)


Fico estarrecida em ler nas redes sociais discursos desse tipo,ainda mais quando são palavras proferidas por um dos líderes religiosos que fazem parte da bancada evangélica (que vem crescendo e se espalhando como erva daninha), e atual presidente da comissão dos direitos humanos da câmara de deputados do Brasil, e assim como ele, existem muitos outros que deturpam toda uma luta por direitos de igualdade social em relação a gênero e sexualidade. Já é um grande problema um homem público declarar esse tipo de opinião, mas o pior  é que ele nem sabe do que está falando e arrasta multidões que concordam com suas palavras distorcidas, confusas e sem nenhum fundamento.

Desde quando uma mãe que está no mercado de trabalho ou busca sua realização profissional deixa "sua parcela como mãe a ficar isolada"? Até onde eu sei - por experiência própria - essa mulher mãe e trabalhadora é aquela que se desdobra para atender as exigências profissionais, pessoais e familiares, já  que geralmente são os homens que abandonam sua parcela de paternidade.

Que discurso é esse de que se a mulher não tem filhos "ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo"?? Será que ele não sabe que existem métodos contraceptivos e que existem mulheres que não pretendem ter filhos apesar de serem heterossexuais e, muitas vezes, viverem em um relacionamento estável? Ou que, existem milhares de mulheres homossexuais, que mesmo não podendo gerar filhos da parceira, podem fazê-lo através de inseminação artificial? Ou, ainda, que adoção também é um meio de se construir uma família, sendo hétero ou homossexual?

Em um determinado ponto da fala, o senhor presidente da comissão afirma que se a mulher quer buscar sua realização e não quer ter filhos é porque ela está sendo incentivada a ser homossexual, porque "quando você estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade onde só tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos", não sabia que essa era a definição de homossexualidade feminina. E os instintos a que ele se refere é a busca da mulher pelo prazer sexual?

 Estamos retrocedendo a uma cultura religiosa de que o sexo é apenas meio de procriação, cultura essa  que desconsiderava a mulher em todos os seus aspectos.  E, por favor, avisem ao excelentíssimo Sr. que esse discurso é de Santo Agostinho, Padre do séc.V (354-430), e que muitos outros teólogos como João Calvino e Martinho Lutero, que lutaram pela reforma protestante, já trazem um discurso um pouco mais moderno em relação a sexualidade. Quanto à questão das lutas dos direitos dos casais homoafetivos e dos  grupos do movimento LGBT, só tenho a dizer que essa luta não é religiosa, e sim social.

Portanto, é preciso afirmar: lugar de evangélico é na igreja lutando pelo bem estar de seus membros e  servindo à sua comunidade, já a política precisa ser retomada por estudiosos e pesquisadores, pessoas que saibam do que estão falando.

Abço a tod@s
Por Priscila Messias
Pós-Graduada em Gênero e Sexualidade - UERJ
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¹http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/questoes-de-genero/265-generos-em-noticias/17660-marco-feliciano-diz-que-reivindicacoes-feministas-estimulam-o-homossexualismo

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. (Cora Coralina)

Ninguém pode dizer que é fácil recriar uma vida e recomeçar, deixar aquilo que se conhece para trás e encarar algo novo e imprevisível. Recomeçar nunca é simples, mas pode ser fundamental para aquelas pessoas que buscam sua felicidade e se percebem perdidas em algum momento em sua trajetória por conta dos caminhos que a vida acaba traçando para cada um de nós.

Vivemos uma vida feita de escolhas que num futuro serão adjetivadas como certas ou erradas, e estas  decisões geralmente são cercadas de emoções que, muitas vezes, nuveiam seu resultado já aparente. Estamos sempre sujeitos a errar, e a tomar atitudes erradas por conta de decisões erradas, talvez por achar que estas serão a solução imediata para algum problema ou para agradar alguma pessoa querida, ou ainda para atender a uma "exigência" social, sem que analisemos se elas nos afastarão ou aproximarão de nossos objetivos.

O importante não é a escolha, mas o que iremos fazer dos resultados dela. Caso isso ocorra, o que não é raro, é preciso ter coragem para observar em que ponto estamos e qual direção tomar para alcançar os objetivos lá do início da caminhada. Mas, algumas destas escolhas nos levam tão longe dos nossos objetivos que acabamos por nos esquecer deles ou de nós mesmos, nesse caso, é necessário a busca por novos caminhos até que encontremos uma trilha que nos aproxime novamente das realizações e da satisfação.

Podemos nessa nova caminhada encontrar situações ou indivíduos que nos tragam decepções? Sim, quando seguimos rumo ao desconhecido, estamos sujeitos a esses infortúnios, mas é preciso continuar trilhando e trilhando, porque nesse mesmo rumo encontraremos pessoas e momentos que nos trarão muitas alegrias e realizações. Muitos irão criticar, alguns não entenderão, mas, é importante que entendamos que nem sempre iremos acertar nas escolhas, pois continuamos a ser humanos e errantes. 

O fundamental nessa vida é ter coragem, pois, quando desistimos de caminhar a vida começa a ficar vazia e sem sentido, e então nos tornamos infelizes e doentes. Então, de nada adianta reclamar ou praguejar, é preciso ter coragem para seguir. Apenas os corajosos rumam frente ao desconhecido, os covardes preferem ver seus sonhos e metas sucumbirem à ter que abrir mão daquilo que conhecem, encarar o novo e enfrentar as críticas.

Só quem vive a vida sabe o que é de fato viver!

Abço a tod@s!!!!
Por Priscila Messias
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