quarta-feira, 26 de julho de 2017

Só a minha fé salva?

"As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?" Mahatma Gandhi

Já falei sobre isso em outra postagem, mas é um assunto que dá muito "pano pra manga" e vale a pena retomar a discussão. Bom, vamos lá ...

Outro dia enquanto assistia a um filme desses de drama familiar, me deparei com o proselitismo (é a ação ou empenho de tentar converter uma ou várias pessoas em prol de determinada causa, doutrina, ideologia ou religião.¹) que anda embutido em diversos filmes desse gênero, tentando convencer a todos que basta ter fé em Deus, especificamente dentro do protestantismo, para que tudo dê certo. E vale ressaltar que quem professa outra ou nenhuma fé, aparece no papel de pessoa rude e ignorante que, por conta de alguma tragédia se volta para a fé cristã no final do longa e se torna um ser lindo e sereno.

Não tenho a intenção de desmerecer o papel do cristianismo para a formação, acalento e redenção do ser humano (até porque faço parte desse grupo, pois só sou quem sou por conta da minha formação cristã), mas questionar se realmente essa é a única fé ou religião válida para que alcancemos o divino. Será mesmo que só o protestantismo "toca o coração de Deus" (termo entoado nos cânticos dominicais)? Será que aquela outra religião, por mim, desconhecida é proveniente do maligno?

Tenho meus dogmas e pragmatismos, mas não desconsidero os dogmas alheios, pois se buscarmos um pouquinho mais de informação podemos perceber que falamos das mesmas coisas mas com uma linguagem diferente. O que vale sempre é a FÉ, acreditar numa divindade que faz com que nossas experiências sobrenaturais inexplicáveis sejam caracterizadas como milagres ou sensações espirituais. Portanto, se preciso da fé para que minha religião seja real, o que me difere do outro que professa algo diferente de mim?

Sim! Precisamos discutir religião, sem tentar impor que a nossa é a única que nos levará para um ótimo patamar no post mortem, mas com o objetivo de tentar entender como funciona e o que rege cada uma. Nós nem nos dispomos a questionar, duvidar ou conhecer novos dogmas, pois somos doutrinados a não contestar sobre questões divinas, a única fé válida é a fé Cristã, outras formas de buscar o divino são um campo proibido, intocável, obscuro. Somos levados a pensar que tudo aquilo que difere do que nossos líderes religiosos pregam provêm do maligno. Aprendemos desde muito jovens que não devemos discutir religião, porque para a maioria a discussão remete a briga e não ao diálogo e conhecimento.

Entendo que a fé não deveria ser um passaporte para sei lá onde, mas um estilo de vida que nos torne seres humanos melhores a fim de proporcionar, a quem necessita, a perspectiva para uma vida abundante.


Um abraço a tod@s
Por Priscila Messias

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¹https://www.significados.com.br/proselitismo/

domingo, 23 de julho de 2017

Nossos Homões

Eis que surge Rodrigo Hilbert, "homão da porra", homem gato que cozinha, conserta, cuida das crianças e torna público sua admiração por sua esposa; em uma entrevista deixa claro que não vê nenhum heroísmo nisso, mas que é obrigação dele compartilhar dos cuidados da casa e dos filhos com sua mulher. Essa postura é algo incrível ou alguma inovação? NÃO!!!!

Existem diversos cabras machos que fazem o mesmo em suas casas, alguns, inclusive, optaram por não trabalhar "fora" para cuidar dos afazeres domésticos, já que a esposa teria uma carreira mais promissora e manter uma empregada doméstica nos dias atuais não é lá uma coisa barata, esses homens são taxados, injustamente, como vagabundos que são sustentados por mulheres (só nós sabemos o quanto esses caras trabalham, cuidar de casa e filhos não é uma função pra vagabundo não!).

Hoje Rodrigo virou meme de rede social, é odiado por alguns e ovacionado por outros, criticado por homens CIS e até mesmo por algumas feministas, mas ele não faz nada além de seu papel do homem que entende que sua mulher não é sua empregada, gueixa e babá de seus filhos. Esse homem entende que sua mulher é sua parceira.

Agora olhemos ao nosso redor, mais especificamente ao seu lado e veja se seu homem também não é desses "homões da porra". Eles precisam ser melhor observados, quantos deles não chegam cansados de seus compromissos profissionais e ainda preparam um prato delicioso para a família? Ou encontram umas louças na pia e deixa tudo limpinho? Ou ainda, se concentram em dar atenção aos pequenos enquanto a mamãe está atolada com todas as outras coisas?

Pasmem-se, eles existem! Muitos deles estão dispostos a dividir conosco essa carga diária, mas nós mulheres precisamos aprender a aceitar a ajuda do parceiro e até ensiná-los, já que a sociedade dita que determinadas funções são exclusivamente femininas. Ninguém nasce sabendo, tudo é aprendido nessa vida, então demos uma chance pra que nesse mundo novos "homões" surjam até que o fato de ser parceiro em todos os aspectos não seja nada extraordinário e inovador.

Que bom se você tiver um "homão da porra", se não, encoraje-o a cumprir esse papel pois as obrigações domésticas é dele também, mas antes de tudo ame-o e valorize o que ele faz assim como você gostaria de ser valorizada.

Por Priscila Messias