terça-feira, 5 de novembro de 2019

Democracia em Perigo!

Nossa Constituição está sofrendo sua crise da maturidade, é hora de se analisar o que foi conquistado até aqui e o que precisa ser aprimorado a fim de proporcionar ao povo brasileiro uma vida menos desigual, ou, talvez, descartá-la e voltarmos a atender apenas a um pequeno grupo privilegiado.

Eu, na minha constante mania de pensar, questiono:

Se nossa democracia, conquistada a duras penas e instituída na Carta Magna, é algo a contribuir para o bom andamento do país e pela busca da igualdade social do seu povo, por que há quem queira extingui-la? E por que aqueles que são beneficiados por ela compram essa briga que irá prejudicá-los?

Entendo que precisamos, urgentemente, ampliar essa discussão para toda população, toda mesmo! Da classe mais alta até pessoas mais carentes de conhecimento e poder aquisitivo. Precisamos trazer à memória como era a vida do brasileiro antes das discussões sobre igualdade social, antes da obrigatoriedade do Estado suster seu povo, até então extremamente explorado e sofrido.

Será que quem deseja o extermínio de nossa trintona democracia seriam pessoas e instituições cujos privilégios vêm sendo questionados? Pois, para que toda uma população tenha uma vida mais igual, é preciso que a balança se equilibre, ou seja, a gente tira mais de um lado para depositar do outro e assim equilibrá-la, caso contrário, nada muda!

O povo brasileiro, principalmente aqueles que viveram qualquer ascensão social, não vem demonstrando interesse em saber como todo o processo de igualdade se procede, nem tão pouco estão preocupados nas consequências para si mesmos do resultado de uma possível implosão de toda trajetória construída até aqui.

Consciência de classe e criticidade são os primeiros conceitos que esse povo de democracia mal saída da vida juvenil precisa. Está na hora de lembrarmos, discutirmos e analisarmos o que queremos pra nós.

Mas, oh! Esse papo todo é culpa dessa cabeça pensante.

Abraços.

Experiências

A vida é feita de experiências, adoramos aquelas que temos prazer em recordar, aquelas que revivemos cada detalhe em nossos pensamentos e que sentimos saudades por ter sido algo tão agradável e feliz. Mas, apesar de querermos sempre viver situações que nos alegram, elas não nos proporcionam tanto aprendizado e crescimento quanto as situações ruins e amargas, as que doem no nosso mais íntimo.

Viver experiências assim é algo que não queremos, algumas delas podem nos causar danos irreversíveis e dores inimagináveis. Enquanto estamos mergulhados nas águas turvas da dor temos a sensação de que nunca mais voltaremos a sorrir e nos limitamos a acreditar que não será mais possível viver dias melhores.

Algumas dores nos pegam de surpresa: traições, rompimentos, desilusões. Outras, em contrapartida, são causadas por conta de nossas próprias ações ou escolhas. E muitas vezes, mesmo sabendo que as coisas não vão bem, resistimos e tentamos manter tudo na sua normalidade como se isso fosse evitar os estragos que já estão anunciados, nos causando sofrimentos ainda maiores.

É preciso coragem para assumir os erros e se enxergar o causador de sua própria dor. Um olhar crítico para dentro de si revelará uma verdade que muitos têm medo de encarar, pois ela apontará para a necessidade de mudanças profundas, essas que muitas vezes nos doem mais do que a própria situação. Apesar do desconforto, as dores nos revelam o melhor de nós, é quando podemos ver o quanto somos capazes de coisas incríveis, além de podermos conhecer nossos verdadeiros companheiros e fazer novas amizades.

Enfrentar uma dor não é nada fácil, mas se redescobrir e se reinventar é algo que excede qualquer amargor. Sejamos sensatos e sensíveis às dores e ao que elas têm a nos ensinar, pois depois, quando olharmos para trás, poderemos ver o quanto crescemos e evoluímos como seres humanos.

Encare o espelho da sua vida e siga!

Abraço
Por Priscila Messias

Genaro, deixe Maria Chiquinha em paz!

A nova turnê de Sandy e Junior deu o que falar, fãs enlouquecidos ressurgiram das cinzas feito fênix, resgatando álbuns musicais desde o início da carreira da dupla e se disponibilizando a gastar todas as economias para poderem vivenciar este momento único para eles. Mas, além de todo esse alvoroço, o que se destacou com esse retorno foi a repercussão da mudança do final da música “Maria Chiquinha” (1991).

A música fala da discussão de um casal, na qual há a suspeita de traição da mulher. Na história o homem vai “encurralando" a parceira e a ameaça cortar-lhe a cabeça e aproveitar do seu corpo depois de morta. A música é cantada de forma bem humorada e cômica, mas o assunto é extremamente sério e precisa ser debatido. No show em Fortaleza, Junior mudou o final da canção, e foi ovacionado quando disse que Maria Chiquinha tinha o direito de fazer o que quisesse, e que não eram aceitáveis as ameaças de Genaro, seu companheiro. Quando um cantor tão influente se mostra sensível a essa realidade, vemos que estamos trilhando o caminho certo, foi lindo saber que os fãs e a plateia o apoiaram e entenderam o recado.

Há alguns anos as mulheres se sujeitavam a muitas humilhações e abusos porque isso era o esperado de uma boa esposa, e a sociedade tinha isso como normal, mas hoje as coisas estão diferentes, há uma onda muito forte de empoderamento feminino que mostra às mulheres que elas podem fazer o que quiserem e quando quiserem, e não aceitarem viver dentro de um relacionamento onde há abusos e violências. É notório que para uma parcela grande da população masculina, inclusive por conta da doutrinação religiosa fundamentalista, ainda seja difícil lidar com toda essa independência feminina, mas daí ferir ou matar uma mulher apenas por não poder ter suas vontades contrariadas? Parece algo surreal, mas infelizmente não é, acontece com mulheres distantes e próximas a nós, todos os dias.

No Brasil, só no ano de 2018, fora as agressões e tentativas de homicídios, 15.925 mulheres foram mortas por companheiros ou ex-companheiros, segundo o Mapa da Violência Contra a Mulher 2018, divulgado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, e estima-se que para o ano de 2019 os números serão maiores. Ou seja, o assunto não pode ser tratado como uma piada, porque milhares de mulheres, ano após ano, têm sua vida tirada pela pessoa com qual dividiram suas vidas.

Não podemos mais achar normal qualquer tipo de violência, é hora de nos posicionamos e gritar aos quatro cantos que basta! Parem de nos matar! Somos mulheres, mães, amantes, pessoas que querem viver suas vidas sem que elas sejam bruscamente interrompidas porque um indivíduo não soube ouvir a palavra Não.

Por todas as Marias vítimas do machismo imposto em nossa sociedade, nos deixem viver!

Abraço

Fuja

Um príncipe encantado lhe apareceu
E você acredita que finalmente irá viver seu Conto de Fadas.
Flores, jóias, presentes, elogios sem fim
"A felicidade chegou a mim".

Os dias vão passando e você se envolvendo cada vez mais,
O príncipe se mostra cada vez mais protetor
Senhas, roupas e até seu dinheiro ele começa a controlar
Com a desculpa que é por muito te amar.

Tem dias que ele está mais agressivo
Mas isso é por conta dos problemas da vida
"Vai passar" seu coração lhe diz
Mas essa insegurança não te deixa assim tão feliz.

Brigas, xingamentos, agressões e privações
Aos amigos não pode recorrer, porque deles já se afastou
A vergonha, a incapacidade de reagir não existe mais
"O que posso fazer pra ter um pouco de paz?"

Para a paz existir você deixa de ser quem é
Já esqueceu dos sonhos, das vontades e de viver
Só usa roupas aceitáveis, fala com quem se pode e fingi sorrir
Quando na verdade o que quer é fugir.

Fuja mulher, fuja!
Saia desses pesadelo enquanto ainda respira
Saia dessa situação de dor e opressão
Acreditar numa mudança é só uma amarga ilusão.

Mana, se seu parceiro te sufoca e te faz chorar
Fuja! Fuja o que antes para voltar a viver
Estamos aqui, te dou a mão, te empresto meu sofá se precisar
Saia dessa prisão, reaprenda a sorrir e vamos juntas lutar.

sábado, 2 de março de 2019

Corpo de Mulher

Esse corpo é meu!
Não o toque.
Não o sangre.
Não o profane.

Eu escolho
Se quero que o toque,
se quero gerar,
se quero amar.

Solte o meu corpo.
Não me toque,
Não me sangre,
Não me viole.

Sou menina,
Sou jovem,
Sou idosa,
Sou mulher.

Só quero ir e vir,
só quero com a vida seguir...
Não me toque!
Não me mate!
Não me estupre!

Só quero poder sonhar,
Só quero poder amar,
Só quero poder viver,
Só quero não precisar
Ter medo de ser mulher.